segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Comprinhas e participação no IX Enpec

Olá meus queridos leitores!

O post hoje é direto do hotel Plazza em Águas de Lindóia - SP. Estou participando do IX Enpec - Encontro Nacional de Pesquisa em Ensino de Ciências. Apresentei trabalho hoje pela manhã, e segundo minhas profs fui super bem 'hahaha'.

Claro que eu não poderia perder essa oportunidade de comprar uns livrinhos da minha área com desconto. Olhem só as minhas comprinhas:


A maior parte são livros de física que é a minha área e outros são necessários para escrever trabalhos e preparar aulas e o melhor de tudo é que comprei alguns deles pela metade do preço!

Quando eu chegar em casa retomo novamente as atividades em nível normal por aqui.

Beijinhos

Sabrina Gonçalves

terça-feira, 5 de novembro de 2013

Resenha - Sangue de Tinta, Cornelia Funke


Funke, Cornelia. Sangue de Tinta/ Cornelia Funke; ilustrações Cornelia Funke; tradução Sonali Bertuol. - São Paulo : Companhia das Letras, 2009.
Título original: Tinterblut.

Pode conter spoilers para que não leu o primeiro livro.

Sangue de Tinta é o segundo livro da trilogia Mundo de Tinta que começa com o livro Coração de Tinta resenha aqui), que possui adaptação cinematográfica. A trilogia conta a história de Mortimer (Mo), um encadernador que tem o dom de trazer seres das histórias que lê em voz alta. Sua filha Meggie também possui o dom. Na primeira aventura da série as palavras desempenham um papel importante, decisivo no destino dos personagens e no segundo livro não poderia ser diferente.

Dedo empoeirado faz a abertura do livro quando encontra um leitor que possui o dom de Mo e Meggie. Orfeu, como assim se denominou, é capaz de trazer seres de todas as histórias que desejar, e aparentemente melhor do que Mo já que ninguém entra na história no lugar de quem saiu. Dedo Empoeirado vê em Orfeu a oportunidade de voltar para o Mundo de Tinta e para sua amada que ficou no livro. Farid deseja ir junto, mas Orfeu engana-os e envia somente Dedo Empoeirado de volta.

Todos vivem felizes na casa de Elinor. Dárius agora é seu bibliotecário e Mo mudou-se definitivamente para lá junto com Resa e Meggie. Um ano após a morte de Capricórnio sua paz é novamente perturbada quando Farid aparece na casa de Elinor com a notícia de que Basta e Mortola querem vingança e virão atrás de Lingua Encantada (Mo). O menino trouxe juntamente consigo o livro que Orfeu usou para enviar Dedo Empoeirado de volta e a páginas com as palavras lidas por Orfeu na ocasião. Sua intenção é pedir ajuda à Meggie, para que ela lhe conceda o desejo de estar junto com Dedo Empoeirado.

Meggie decide ajudar Farid, porém decide ir junto. Neste instante Meggie consegue aquilo que muitos leitores tentaram em vão: através de sua própria leitura ela é enviada ao Mundo de Tinta juntamente com Farid e com a marta de estimação de Dedo Empoeirado, Guiwin, que por precaução foi deixado para trás pelo cuspidor de fogo.

O desaparecimento de Meggie causa muita tristeza e desespero em todos, porém o pior ainda estava por vir quando a campainha toca... Mortola, Basta e Orfeu encontram Mo. Movida pelo seu desejo de vingança, Mortola ordena a Orfeu que envie à ela Basta e Mo para o Mundo de Tinta onde encontrarão Meggie para que seja realizada a vingança.

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Quando todos são enviados ao Mundo de Tinta e a história começa a acontecer lá, a sensação é maravilhosa! É como entrar no Mundo de Tinta junto com os personagens. A história possui uma dinâmica incrível! Todos os personagens são bem amarrados a trama, todas as histórias em sintonia, como um mundo de verdade. Não senti nenhuma lacuna durante a história. Tenho que admitir que a descrição excessiva de algumas coisas tornam a leitura por vezes cansativa, mas depois que nos envolvemos é difícil largar.

Todos os personagens possuem uma identidade definida e isso fica mais claro ainda no segundo livro. São personagens autônomos, com um toque de fantasia, mas extremamente reais ao mesmo tempo. Tempero sob medida. Meus preferidos são Dedo Empoeirado e Mo.

Dedo Empoeirado tem um papel de herói na história, porém não é aquele cara perfeito e destemido, pelo contrário. Sua fraquezas e peculiaridades são reais e acabam tornando um personagem de destaque. Sua confusões de sentimentos dão um toque real ao cara que fala com o fogo.

Mo, assim como Dedo Empoeirado, possui características extremamente reais, comuns. O maior fascínio do personagem é seu dom e sua voz. Sua relação com a filha também merece papel de destaque desde o primeiro livro. É realmente encantador.

Esse livro possui uma característica que, para mim, é decisiva: é muito envolvente!
Durante a leitura por várias vezes me peguei falando alguma coisa a respeito de uma cena, por exemplo:
Quando Meggie entra no livro minha primeira reação foi dizer: "Que burra Meggie!".
Prendi a respiração quando Mo quase morre e só voltei a respirar normalmente quando finalmente a história revela que ele não morreu.

Como a história de Coração de Tinta é sobre outra história, outro livro, dá vontade de ler o livro também. Dá vontade de conhecer a história de Fenóglio. A sensação que passa é a mesma de quando as pessoas então comentado sobre um livro que você ainda não leu, dá vontade de conhecer a história para poder interagir. É como uma conversa. Aos poucos a história de Fenóglio vai sendo revelada dentro do livro. É como se o Mundo de Tinta realmente existisse e alguém estivesse contando sobre ele.

Claro, nem tudo são flores, achei o final um pouco confuso. Na verdade o livro deveria ter terminado alguns capítulos antes, mas ele tem continuação. Alguma coisa teria de ficar para trás mesmo.

Dei nota 4.5 para esse livro (em uma escala de 1 à 5).

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Quotes:
"Meggie não encontrou fadas azuis, mas viu borboletas, abelhas, pássaros, teias de aranha ainda prateadas de orvalho, embora o sol já estivesse alto, lagartos, coelhos...Ouviu sussurros e crepitações, batidas, estalidos e chiados ao seu redor, arrulhos, silvos, trinados. Aquele mundo parecia explodir de tanta vida e, ao mesmo tempo, parecia tão tranquilo, tão maravilhosamente tranquilo como se não existisse tempo, como se cada momento não tivesse nem começo nem fim." p.102

"Para sempre? - Feenóglio pronunciou essas palavras como se não houvesse nada mais ridículo no mundo. - Nada dura para sempre. E nada melhor pode acontecer as palavras do que serem cantadas por um saltimbanco! Sim, é verdade, elas se alteram quando isso acontece, a cada vez são cantadas de uma maneira diferente, mas isso não é maravilhoso? Uma história que sempre está com roupa nova quando se volta a ouvi-la, existe algo melhor? Uma história que cresce a dá flores como algo vivo!" p.226

"Como sua voz tremia. Céus, o amor era uma praga. Quem afirmava algo diferente nunca sentira o maldito tremor no coração." p.443

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Sabrina Gonçalves